domingo, 9 de agosto de 2009

A MÃO QUE ESCREVE ( para Pedro Du Bois)


A MÃO QUE ESCREVE

(para Pedro Du Bois)

Quantas mãos nesse mesmo instante escrevem

O enredo daqueles a quem obedecem,

Tanta vida em dedos tocando o teclado

Que outrora pressionavam pontas de lápis,

Marcando com força paixões de enamorados.


Quantos dedos nesse mesmo instante

Estalam, se agitam, abrem portas e vão embora,

Dirigem carros, fazem um carinho, desafiam um afeto,

Depois sufocam, as mesmas mãos endurecem e aprisionam.


Mãos desconexas elevam-se aos céus

E então se escondem atrás de uma flor.

Mãos companheiras de dedos amigos,

Parece simples, simples e concedido,

Que as mãos escrevam, coordenem-se ou se fechem,

Em si mesmas, por seus dedos através do mundo.


Mãos não percebem suave o teclado,

Pois basta o leve toque de um dedo sobre tênue folha

Para desvendar-se a vida e o outro através de palavras.


Porém os dedos insistem em abrir sulcos no papel,

Por vezes o rasgam, amarrotam e o descartam,

Sem notar que “A mão que escreve”,

É o nome do poema que Pedro Du Bois já escreveu.


DE A.Tulhol, 2008, Canto Real, todos os direitos reservados.


3 comentários:

  1. Parabéns, pela escolha, Angélica!!! O poeta Pedro é maravilhoso!!! Já assaltei o blog dele.rs
    Gostei muito do seu.

    Um beijo

    ResponderExcluir
  2. Caríssima Angélica, prazer "revê-la". Obrigado pelo carinho. Diga-se, seu poema contém todos os elementos necessários ao bom texto: coisa que deixo a desejar nos meus. Abraços, Pedro.

    ResponderExcluir
  3. Caros Lau e Pedro,obrigada por sua visita, fiquei muito grata e feliz!
    Grandes abraços!!
    Angélica

    ResponderExcluir

Seguidores