domingo, 3 de maio de 2009

O encontro


Angélica se preparava para um grande encontro pois iria rever o homem que mais amara na vida depois de passados cinco anos sem que a vida lhes tivesse dado permissão para viver juntos.

Eles deveriam encontrar-se numa pequena cidade na costa marítima e ela viajou num avião bimotor que a conduziu a esse local, mais uma aldeia freqüentada em sua maioria por turistas estrangeiros, do que propriamente uma cidade. Ali chegando, ela alugaria um carro e iria até a ponta da grande montanha, onde havia uma pousada aconchegante que permitia avistar tanto a pequena praia abaixo, mesmo estreita que era, quanto a imensidão do mar que se abria por entre o arco desenhado pelas montanhas, sobre as quais a grande montanha reinava silenciosamente. Este era o ponto de encontro entre eles.

Angélica se vê sozinha ao descer do pequeno avião. De repente ela está num lugar que parece um deserto e apenas alguns operários trabalhavam no local. Percebe que o local era fim de linha e Angélica se pergunta onde teria errado em seu trajeto, pois não era o lugar onde havia estado outras vezes e não sabia que lugar era aquele. "Aqui havia uma estrada moderna e eu já passei muitas vezes por essa estrada: o que houve agora que a estrada não está mais aqui? " - pergunta-se, sem compreender o que se passara. Inútil fazer perguntas já que os trabalhadores vão-se embora, antes mesmo de Angélica olhar para trás.

Havia pedras e a paisagem era primitiva, tal qual um deserto que nunca houvera sido explorado. A vegetação era rara e mal podia ser encontrada ao longo de toda a área praticamente toda coberta de areia. Supostamente seu amado deveria estar esperando por ela, conforme combinaram, atrás da grande montanha que ficava do outro lado, subindo a serra além desse local – mas não havia como chegar lá!

Angélica se dá conta de que era certo que se perdera em algum ponto do caminho e, cansada de perguntar ao vazio, onde estou?...que lugar é esse?...por que não há mais a estrada que havia aqui por onde dirigi tantas vezes? Então, Angélica começa a caminhar pelo terreno árido, quase sem vida quando vê um pedaço de jornal velho pelo chão; ela se abaixa para pegá-lo e lê: 1957 !!! Angélica fica mais assustada ainda e começa a chorar desesperadamente e pergunta-se, será que viajei no tempo?...voltei ao passado? por que encontro um jornal de 50 anos atrás?..onde estão as pessoas?...onde está meu amigo ?

A perspectiva que Angélica tinha de chegar para seu encontro se esvai completamente e ela não consegue parar de chorar. Quando se acalma olha ao seu redor e para sua surpresa vê que atrás da grande montanha, o sol brilhava...

De: AT, 2007. Todos os direitos reservados.

Um comentário:

  1. Amiga, acho que 'canta ambiente' vai cantar hoje; postei 'rosas' e gostaria que você visse. Um abraço!
    Luísa

    ResponderExcluir

Seguidores